domingo, 15 de fevereiro de 2009

Raquel

Um dia destes a preguiça para cozinhar instalou-se e subitamente apeteceu-nos uns rolos de salmão. Onde é que eles existem?? No Ikea!!
OK! O Ikea de Matosinhos é maior do que o de Alfragide mas não sei se é melhor. Passo a explicar:
- a zona de comida da parte dos cachorros e dos famosos rolos de salmão deve ter para aí umas 6 cadeiras no total. Ou seja, temos de comer em pé!!
- na zona de "cantina" existem uns palhaços irritantes a incomodarem quem quer fazer uma refeição sossegada. Ainda não comi lá, mas se qualquer dia surgir na abertura do jornal da TVI que um palhaço deu entrada no hospital com um garfo espetado no olho... fui EU a responsável por tal acto. (ODEIO palhaços!).
- so tem 3 pratos de comida. Onde é que estão os crepes de cogumelos??? E os peitinhos de frango???
Até agora só falei mal devido à comida... mas, eu gosto de comida!
Último ponto da minha lista de reclamações:
- a metade do blog que cozinha precisava de uma tampa para uma frigideira e depois de procurarmos encontrámos algo que servia. Olhei para a etiqueta que dizia o seguinte: "tampa para proteger dos salpicos - 2,99€". O preço pareceu-me bem e retirei uma. Eis quando chego à caixa para pagar cobram-me 4,50€. Disse logo que o preço que estava marcado não era esse. No entanto, para apresentar a minha reclamação tinha que me dirigir ao apoio ao cliente. Assim fiz. No apoio a cliente, o giraço (a outra metade disse-me que ele era um bocado furado mas sinceramente não reparei) que me atendeu disse quer era normal porque estavam muitos artigos com os preços trocados (COMO???) mas que ia ver. Após 10 minutos de fuga eis que aparece e me diz que o preço está correcto e que eu vi mal. OK. Eu acho que ainda sei ler e que vejo bem mas aceitei a resposta e vim-me embora.
No dia seguinte, a outra metade deste blog (que neste momento ou está a ver a novela ou a jogar FIFA 2007 na minha consola), foi lá almoçar e decidiu ir confirmar o preço. E eis que está lá escrito na etiqueta que a tampa apenas custa 2,99€.
Agora só estou à espera que o fim-de-semana passe para me deslocar novamente a essa loja para fazer uma nova reclamação. Só que desta vez vou cheia de provas irrefutáveis tais como o preço da tampa retirado directamente da internet e a etiqueta da loja. Sim, se passarem pelo IKEA de Matosinhos pela parte dos utensílios de cozinha e não estiver lá uma etiqueta que diga "tampa para salpicos - 2,99€" fui eu que a levei para o Apoio a cliente da loja para lhes mostrar que não sou estúpida e que eles andam a roubar os consumidores. CHUPISTAS!!!!
É caso para dizer que o IKEA de Matosinhos é maior do que o de Alfragide mas de certeza absoluta que NÃO é melhor!!!
Publicada por raquel em 10:12 PM

Rititi

EA, nivelar para venderAqui, querido Pedro, no reino zapatero, IKEA (que nunca se pronunciará iquéia, como na pátria lusa) é masculino. Aqui vai-se ao IKEA para ser tratados abaixo de cão, carregar caixas impossíveis, comer cachorros a cinquenta cêntimos ou combinar cadeiras ANTNÄS com estructuras STOLMEN sem ter a mínima noção de interiorismo, engenharia ou sentido geográfico da decoração. Claro que há povo para tudo, que faz excursões ao IKEA como opção lógica ao Prado e cuja biblioteca está composta por catálogos de móveis e tapetes fabricados no Vietnam por meninos explorados, mas da estupidez alheia eu não tenho culpa.Depois há gente como eu, que vai ao IKEA de Alcorcón porque é tesa e simplesmentee compra uma estante branca, paga o transporte, tira o dia para esperar a entrega que chegará entre as 10 da manhã e as 7 da tarde (aproximadamente) e quando abre a embalagem.... enganou-se na cor da estante! Horror, é preta!!! E tem que a devolver. E não tem carrinha. Só um telefone de atenção ao cliente que nunca é atendido. Duas viagens ao IKEA por uma m30 em obras, uma reclamação por escrito e quinze dias depois, lá foram dois simpáticos brasileiros a minha casa para apanhar a puta da estante. Primeiro passo superado, agora é só esperar a estante branca. Passados outros quinze dias e porque o cabrão de telefone de assistência não assistia nada, lá tive de voltar ao IKEA. Então e a minha estante branca? Em sua casa, diz a menina fardada atrás do balcão. NÃO!!! Após explicações, mais reclamações por escrito e a ameaça física derivada do meu evidente estado de prenhez consegui fazer-me entender: QUERO A MINHA ESTANTE (ou a devolução dos 250 aurélios). Tábem abelha. Outro mês e da estante, népias. Pergunto-me para que precisarei eu de uma estante e quando já me tinha feito à ideia do minimalismo como modo de vida, pimba, lá atendo o telefonema mágico: hoje vamos levar a sua estante preta. Preta? Mas eu queria o modelo branco! A sério? Palavra de honra, juro-lhe pela alminha da minha gata morta que sim. Mas o cabrão do brasileiro diz-me que não, que me foda, que ou fico com a preta ou nada. E outra vez telefonar para o telefone de assistência ao cliente (e atender é mentira, claro) e outra vez sair do trabalho a correr para ir aos filhodaputadoscabrões dos armazéns suecos de los cojones que estão no cu Judas e outra vez perguntar à menina fardada atrás do balcão se acha se eu sou estúpida (que o devo ser, pois não faço nada mais que gritar e abanar uma factura cobrada há três meses atrás) ou atrasada mental ou se sou simplesmente vítima de um sádico exercício de pós-venda nórdico, basado nos fillmes do Bergman e nos índices de suicídio na Suécia. À minha volta gritam um inglês cuja jugular rebentará em breves segundos, um espanholito com cara de veraneante na Figueira da Foz, um casal de fufas despenteadas e uns velhinhos com pinta de terem sido muito pacientes até esse momento.O IKEA tira muita gente do sério, com a política de faça você mesmo, da nivelação democrática por baixo, do todos podemos apresentar um programa de bricolage graças aos estupdendos manuais de montagem, das meninas fardadas que nos tratam como uma estúpida superioridade dada pelo computador e o "sistema diz que não", do telefone de assistência onde se reclama por monossílabos e pela igualdade por catálogo. A minha estante, já agora, uma semana depois chegou a casa, onde foi montada por um voluntarioso Mr. Pinheiro aos pontapés contra as peças de contraplacado. Nunca mais voltei ao IKEA e preferi procurar lojas de bairro, mais caras e mais lentas, onde não me dêem um pontapé no cu cada vez que tenho um problema com o suposto eficaz sistema de venda. O meu objectivo está posto nas exclusivas lojas do Bairro de Salamanca, mas até lá também não preciso que tratem como uma besta suburbana. Até porque o IKEA é mais barato, mas não é grátis e a mim custa-me muito ganhar o meu parco ordenado.

Reclamações Nacionais

O Meu amigo foi ás compras para a sua nova loja, um simpático espaço de restauração, desenhado ao milímetro e preparado para quase todas as necessidades. Optou por adquirir algumas peças do IKEA que se enquadravam no design da sua nova Loja.Mesmo à saída foi surpreendido pela oferta de produtos IKEA com ligeiros problemas: riscos, falta de embalagens, marcas do tempo em exposição, etc. etc.E foi aí que pelo mágico preço de 119,5€ , adquiriu uma placa cerâmica da marca Schott Ceran (Whirlpool) e referência HB 422 que o IKEA informava ter a óbvia garantia.O meu amigo chegou vaidoso ao seu espaço e dirigiu-se aos técnicos que rematavam a sua cozinha dizendo: “Ó Carlos, abra aí um buraco para encastrar esta placa!”Feito o buraco, aplicada a tão referida placa havia que ligar a coisa à corrente.Aí o meu amigo deitou as mãos a cabeça. Não havia instruções de montagem, nem diagrama eléctrico.Como o IKEA é um espaço modernaço lá ligou para o apoio ao cliente e pediu…apoio.Precisou de um banquinho, para se apoiar… Então não é que a placa miraculosa só funcionava ligada a um forno, que o meu amigo não tem, que o IKEA não vendeu, e que nem sequer advertiu que precisava de comprar para que tudo funcionasse.Descoberta a cagada do IKEA, lá foi o meu amigo. Ou o IKEA lhe dava uma placa igual a funcionar bem, ou lhe devolvia o dinheiro acrescido do dinheiro do buraco, ou lhe oferecia o tal forno que estupidamente deveria funcionar ligado à placa.NÂO! O IKEA trocou a placa ao meu amigo, sim, a funcionar, sim, mas por mais 177,02€.Não há cu que aguente tanta arrogância e prepotência.Claro que o meu amigo vai levar os senhores do IKEA ao tribunal para que acalmem um pouco o seu Ímpeto do quero posso e mando.Mas, a imagem criativa, inteligente e respeitadora que tinha do IKEA foi-se na primeira queima da nova placa.Mandasse eu na loja e já teria os recursos humanos a ceifar tanta incompetência, nomeadamente da decisora Rita ? (Ruiva)

jayme kopke

E eu que pensava que o Ikea era uma marca admirável. O conceito é interessante. Uma boa parte dos produtos é interessante. A publicidade em geral é óptima. A forma como usam a loja como suporte de comunicação é fantástica.
Até que experimentei o famoso momento da verdade: fiz uma compra grande no Ikea.
Foi uma escolha muito racional: tinha uma visita a chegar do Brasil e precisava com urgência de um roupeiro no seu quarto. Fui ao Ikea pensando que seria uma solução simples e rápida. Achar o que queria, comprar, mandar entregar e já estava. Como é uma empresa sueca, logo muito organizadinha, não haveria atropelos.
Ledo engano.
Já nem falo da trabalheira que deu a compra em si. Montar eu mesmo o Lego a que nos obrigam para cada móvel, carregar eu mesmo uns 300 quilos de móvel até à caixa, esperar numa fila interminável até que me voltassem a recolher as peças do puzzle que ficaram de devolver, montadas, em minha casa – tudo isso faz parte, percebo, do preço a pagar pela tal democratização do design. É um preço alto, convenhamos, mas pelo menos nesse ponto eles são honestos e deixam muito claro que é assim que funcionam. Quem não quiser, não compre.
Mas essa parte não foi nada, comparada com o que me reservava o pós-venda.
Ao chegar em casa, na noite do dia combinado para a montagem do móvel, encontrei montados dois terços dele, mais alguns sacos plásticos vazios pelo chão e uns parafusos espalhados aqui e ali. A empresa de transporte deixara a mensagem de que o Ikea não mandara todas as peças, portanto eu tinha que ligar ao Ikea para reclamar. Aí começou o calvário.
O “apoio ao cliente” do Ikea, como os call centers de quase todas as grandes empresas portuguesas, é infernal. Passa-se horas a ouvir música. “Horas” não é uma hipérbole. Quando alguém finalmente atendeu, tive que contar várias vezes a minha vida, recitar várias vezes todos os itens da minha encomenda, repetir a vários operadores as referências que não tinham sido entregues, tudo isso para afinal me dizerem que provavelmente o erro era meu, mas que de qualquer forma precisavam de uns dias para investigar. “Uns dias” era demasiado tempo: o meu hóspede chegava no dia seguinte. Pedi um procedimento de urgência, já que o erro era deles. Nope. Pedi, pelo menos, um prazo para a resposta. Nem pensar. Insisti, pedi o nome de quem falava comigo. Não, senhor. Pedi para falar com um supervisor. Impossível. Para me despachar, o interlocutor anónimo prometeu que me contactaria no dia seguinte. Você foi contactado? Nem eu.
Após vários dias de espera, com o meu hóspede sem roupeiro, recebi um telefonema do Ikea a dizer que o meu problema estava resolvido, “podia passar na loja e adquirir a minha mercadoria”. Como não tinha mais nada a adquirir, achei que tinham mesmo passado da conta e fui à loja, a deitar fumo. Lá tive tempo para me acalmar: precisei tirar a senha e esperar uns quarenta minutos até ser atendido por um simpático funcionário que pacientemente me explicou que o erro devia ser meu, mas que, mesmo que não fosse, o contrato de transporte e montagem era com outra empresa, não com o Ikea. De nada adiantou lembrar ao sujeito que a tal outra empresa estava nas dependências do Ikea, que o Ikea tem cartazes por todo o lado a disponibilizar o serviço de transporte e montagem, e que a tal empresa, escolhida e recomendada pelo Ikea, remete invariavelmente para o Ikea todas as reclamações. Mais uma vez, o amável senhor pediu uns dias, porque era preciso passar um fax a não sei quem. Levantei a voz, fiz fincapé, por fim ele lá concordou em substituir o fax dali a uns dias por um telefonema imediato. Ah. Afinal o erro não era meu; passada hora e meia de conversa, nem sempre civilizada, o senhor agendou outra visita da transportadora, cinco dias mais tarde. O meu hóspede, entretanto, tinha as roupas socadas na mala.
Na véspera do dia agendado recebo um telefonema da transportadora: não poderão ir no dia seguinte, só dois dias depois. Refilo mas já não tenho pachorra para brigar: seja. No dia seguinte ligam-me de novo, dizendo que afinal já podem vir nesse mesmo dia. E vai daí, não vêm. Vêm no dia seguinte. Ufa, digo eu, pelo menos tenho o assunto resolvido. Qual: ao chegar em casa, encontro o roupeiro montado, mas sem os varões e mais umas peças. Ligo para a transportadora. Mandam-me ligar para o Ikea. Ligo para o Ikea. Uma hora de música. Quando atendem, dizem que provavelmente o erro é meu, mas vão investigar e contactar-me dali a uns dias. Como já sei que não posso contar com isso, vou à loja, onde o mesmo funcionário simpático, depois de me lembrar várias vezes que a responsabilidade não é do Ikea, mas provavelmente minha ou, o que vai dar à mesma, da empresa de transporte, acede ao fim de alguma luta em agendar nova visita – dali a uns dias.
E dessa vez, apareceram no dia? Era bom. Já sei que a história é repetitiva, mas se foi assim que aconteceu. Voltaram a ligar adiando a montagem. Por fim apareceram, sem aviso, na véspera da data combinada.
O roupeiro, finalmente, ficou montado. O meu hóspede, razão de ser da compra, é que não pôde esperar tanto tempo: já embarcara de volta para o Brasil.
Dias depois, não é que recebo uma carta do Ikea? Lamentavam muito o ocorrido, diziam, e agradeciam as minhas reclamações: a opinião dos clientes é muito importante para melhorarem o serviço.É preciso ter lata. À minha custa, garanto, é que já não melhoram serviço nenhum

Helena Monteiro (2004)

No dia 4 de Agosto comprei no IKEA um roupeiro por módulos com 3,5 m de comprimento.Os passos que tive que dar foram os seguintes: 1º- Na Secção de roupeiros, pedir orçamento, saber se todas as peças estavam disponíveis e fazer a encomenda; 2º - Levar o documento da encomenda à Caixa e pagar; Até aqui tudo bem! O problema começou quando, dada a dimensão do roupeiro, solicitámos transporte e montagem!...O transporte e montagem são solicitados numa zona de atendimento à parte, onde nos informaram, teríamos que tirar 2 senhas, uma para a entrega de mercadoria (?), outra para a celebração de um contrato com o transportador (?). Não percebemos muito bem o que isto queria dizer mas lá fomos... Estivemos 2 horas e meia à espera que nos entregassem a mercadoria!? Mercadoria esta, que, não fazíamos a mais pequena questão de receber, uma vez que não a iamos levar para casa e estava toda empacotada em módulos. Mas este é o procedimento, tem que ser o cliente a levantar a mercadoria e em seguida empurrar os carros com a mesma, até ao balcão de atendimento do transportador (Tertejo) para celebrar o contrato de transporte e montagem.Como ao fim de 2 horas e meia de espera, já se começa a desconfiar de tudo, resolvemos verificar todas as peças que nos foram entregues e apesar de na secção de roupeiros nos terem confirmado que todas estavam disponíveis, estavam peças em falta. A solução avançada quer pelo IKEA quer pela Tertejo foi a do material ficar guardado no armazém da Tertejo até que o IKEA disponibilizasse as peças em falta, sendo que nessa altura, seríamos contactados por ambas as entidades para se combinar a data para entrega e montagem. Pagámos o transporte e a montagem e fomos embora após fazer uma reclamação por escrito no balcão do apoio ao cliente, pelo tempo que nos fizeram perder.No dia 10 de Agosto (Domingo)fui contactada pelo IKEA a informarem que já tinham as peças disponíveis e como tal, marcámos a data para entrega e montagem da totalidade do roupeiro.Como estranhei não ser contactada também pela Tertejo, 2 dias antes da data combinada para a entrega, telefonei-lhes para confirmar.Ainda bem que o fiz porque não sabiam de nada. Não foram informados pelo IKEA de que as peças em falta já estavam disponíveis e que a data de entrega já tinha sido acertada com o cliente...Agradeceram-me e ficou confirmado para daí a 2 dias, uma quinta-feira à tarde, em que lhes pedi para irem cedo uma vez que o roupeiro era grande e que demoraria a montar.No próprio dia de manhã, pelo sim, pelo não e porque se percebia que a incompetência reinava, voltei a telefonar para a Tertejo para me certificar que a entrega estava garantida.No dia da entrega, 12 de Agosto, tarde em que faltei ao emprego para este efeito, aparece-me um funcionário da Tertejo a entregar 2 prateleiras e 3 gavetas (as peças que estavam em falta no início da compra)! Um pouco depois aparece o montador, convencido que vinha colocar as prateleiras e as gavetas num roupeiro já existente.Escusado será dizer que me exaltei bastante.Telefonei para a Tertejo para tentar perceber o que se tinha passado, dei todas as explicações, mais uma vez o nº de contrato, onde vêm especificadas todas as peças a entregar e montar e fiquei à espera que me ligassem para solucionar o problema. O transportador e o montador foram-se embora e eu continuei à espera. Passadas 2 horas, voltei a ligar para saber o que se passava com a restante mercadoria e mais uma vez não sabiam explicar e pediram-me que esperasse, pois a entrega ainda seria feita nesse dia.Escusado será dizer que não me contactaram mais e foi ao meu marido, que lhes ligou já no final do dia, que acabaram por dizer que tinham perdido a mercadoria e que nesse dia já seria impossível fazer a entrega, agendando então para a segunda-feira seguinte,ao final do dia.Na segunda-feira, dia 11, vieram entregar a mercadoria e montar o roupeiro e cúmulo dos cúmulos, ainda faltavam 3 gavetas!...Após uns tantos telefonemas com a Tertejo que tentava ainda nessa noite entregar as gavetas em falta para o roupeiro ficar concluido, mais uma vez não solucionaram o problema e só ontem, dia 16 de Agosto, acabou a saga, com a ida do montador à nossa casa, montar as gavetas que tinham ficado em falta.Só posso entristecer-me com a falta de profissionalismo e incompetência de todas as pessoas envolvidas neste processo e de empresas que era suposto trabalharem em condições dada a sua estrutura e nome.Terá sido por nos encontrarmos no mês de Agosto? Mês em que por norma o País pára?Neste caso, como em tantos outros, o barato saiu caro!

Pedro Rolo Duarte

Histórias da vida normal (na IKEA)
Precisava de uns roupeiros e lá fui à “democrática” IKEA disposto a resolver o assunto, depois de umas horas em casa a medir, imaginar o inimaginável e desenhar esquemas.
Na zona onde se exibem estes objectos anódinos e sem graça estava um rapaz muito simpático, o Valter, que em minutos me esclareceu as duvidas que tinha e ajudou na fase seguinte.(Toda a gente já sabe, mas pode haver um leitor para quem a IKEA seja misteriosa: ali, naquela gigantesca dupla-gare, o cliente, para pagar pouco e obter qualidade, carrega “caixas planas”, que vai buscar a armários e prateleiras numeradas, onde se encontra a mobília desmontada e, nalguns casos, depois de pagar na caixa, ainda vai a um outro balcão buscar o que pode faltar. Por fim, escolhe: ou carrega para casa e monta sozinho, ou paga para que transportem e montem. Ou seja, quem pode, paga. Já usei as duas variantes, em Portugal e em Espanha, e dei-me bem, apesar da absoluta falta de jeito para a bricolage).Voltando ao tema. Encaminhei-me para a zona das “caixas planas” com o indispensável carrinho e quando cheguei à secção 55 do corredor 01 percebi que estava metido numa alhada: o meu “carro plano” não aguentava o peso dos primeiros 6 volumes (de um total de 29...) a carregar. Não admira: esses primeiros pacotes pesavam 257 quilos... O total dos volumes dos roupeiros pesava 381 quilos.Nesse momento dei graças a deus por estar na IKEA: dada a politica socialmente correcta da empresa, as suas preocupações igualitárias, e a sua apregoada relação com o bem da humanidade, certamente os funcionários iriam ajudar o pobre desgraçado a empurrar um número indeterminado de “carros planos”, com quase 400 quilos, até às caixas. Depois de liquidados os euros necessários para aquela “carga”, eu levaria os carros, à vez, até ao balcão de entregas ao domicílio...Fui para uma fila de apoio ao cliente. Mas parece que era o único a sofrer aquele “problema” de querer comprar demais para as evidentes capacidades físicas. E a funcionária foi taxativa: “A política da IKEA não nos permite ajudar o cliente com os carrinhos”.
Pedi-lhe para repetir.Ela repetiu.
Eu encolhi os ombros, disse um vago “nesse caso, não posso comprar na IKEA”, deixei tudo como estava, e onde estava, incluindo um saco amarelo com uns suportes para papel higiénico e seis copos perfeitos para gin tónico, e parti para o balcão das reclamações.Reclamei formalmente.
E agora estou aqui a declarar que não vou comprar os tais roupeiros na IKEA e que daqui em diante evitarei o mais que puder – nem sempre se pode evitar, eu sei... – a IKEA. Senti-me discriminado por ser um homem só, percebi que a minha mãe, de 78 anos, jamais poderá comprar sozinha ali. Eu, que sempre defendi aquele conceito, que ía a Madrid de propósito para comprar na IKEA, que saudei a abertura da primeira loja em Portugal, percebi que a IKEA tem esse outro lado menos simpático e porventura injusto. O de discriminar quem não tem condições para cumprir as premissas da loja (jovens, urbanas, acasaladas, familiares, enfim, estatisticamente correctas no ano de 2008...), mesmo que esteja disposto a pagar por isso.Um frio que se sente num espaço que se vende como quente. Uma desilusão num cenário que tinha tudo para ser perfeito. Um balde de água fria, foi o que foi.

Ricardo Arújo Pereira

IKEA – Enlouqueça você mesmo
Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros
Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja. Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»? São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia».
As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas também conceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço hão-de transformar-se em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos. Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Há dias, comprei no IKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos. Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias.
É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada.
Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece--me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem. Idiossincrasias do comércio moderno.
Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir. O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro. E os suecos que montem tudo, se quiserem receber.